domingo, 7 de março de 2021

A HISTÓRIA COMO UMA NECESSIDADE PESSOAL

Não são poucos os desafios quando o assunto é tratar da História enquanto ciência, principalmente quando se está no início de um Curso de Graduação. Todavia, para alguns (e me coloco neste grupo), há uma estranha e contínua necessidade (e responsabilidade) em responder à diversas questões sobre o tema. Separei uma pergunta em particular, para tratar a questão de forma breve (e não exaustiva) como segue: Mas afinal porque devemos estudar e conhecer sobre a história?... 

Essa, sem dúvida alguma, será “uma“ dentre  as inúmeras questões que surgirão durante a carreira do docente e, certamente, é também, um questionamento justo e válido. A proposta deste pequeno texto, é de trabalhar a questão, numa perspectiva de “calouro” do Curso de “Licenciatura em História” , e nos rumos e veredas do saber, com a proposta de construir uma ponderação crescente, do Ponto de Vista pessoal e profissional sobre o tema, sendo esta, apenas uma linha de "interpretação", mas, subsequentemente, sempre com a tendência e o intuito de colaborar com colegas do Curso.

Conhece-te a ti mesmo” [1]

O famoso filósofo Sócrates (469-399 a.C.) com essa frase, contribui para a defini-la como o “ponto de partida” de diversas necessidades subliminares da natureza humana. Dentre muitas reflexões que esta frase pode representar para o refletir filosófico, atribui-se a uma “busca comum” que, por diversos momentos, torna-se uma necessidade atemporal do indivíduo, a saber, uma necessidade de “conhecer a si mesmo”! 

A relevância do tema, se levarmos em conta que o conhecimento de “quem somos” em um contexto mais amplo e entre diversas perspectivas, responde a necessidades dos seres humanos, como indivíduos, nos mais diversos campos da vida. 

Mas, para que esse conhecimento seja usado de forma justa e sincera, é necessário a compreensão de que essa busca é muito mais do que simplesmente a observação histórica da nossa experiência pessoal! E  para tanto, é preciso ir além, e procurar respostas em muitos outros locais. É demasiadamente correto afirmar que nem sempre essa tarefa é de modo geral fácil, pois a instrumentação necessária é um conjunto de informações absorvidas e contempladas nas mais diversas esferas do saber! E certamente, percorrerá o percurso de uma vida toda! Mas, com o objetivo de afunilar o que foi proposto no início do texto, podemos partir da ideia de que o conhecimento   inicia -se na perspectiva delimitada do âmbito familiar, e a posteriori, do mundo a nossa volta, que com tudo, coopera,  principalmente para a construção do que é conhecido por “cosmovisão”. Segundo Ewerton B.  Tokashiki:

Cosmovisão, é uma palavra que se refere ao entendimento que temos de Deus, de nós e do mundo! Em outras palavras, é a resposta à pergunta como interpretamos e explicamos tudo o que existe?! Talvez, outras perguntas são necessárias para entendermos a necessidade de conceituar a nossa cosmovisão. Como surgiu o universo? De onde viemos? Quem somos? Qual o propósito da vida? Por que o mal existe? Há sentido no sofrimento? A história terá um final feliz? [2]

No meio desta relação entre nossa percepção de realidade, e a busca por respostas, temos as matrizes formadoras de uma cosmovisão, que são compostas pelos pressupostos fundamentais com as quais em primeira instância já nascemos com elas, e são uma necessidade inerente aos seres humanos. Por conseguinte, os aspectos que são influenciadores e estarão “quase sempre”, como falamos anteriormente, no âmbito ao qual somos naturalmente expostos a eles, inicialmente numa esfera familiar, bem como na inter-relação do grupo ao qual fazemos parte na sociedade formando um pré-conjunto que colabora com o micro-conhecimento pessoal. Conforme cita Hermisten Maia Pereira da Costa: 

“todo conhecimento parte de um pré-conhecimento que nos é fornecido por nossa condição ontologicamente finita e pelas circunstâncias temporais, geográficas, intelectuais e sociais dentro das quais construímos as nossas estruturas de conhecimento” (COSTA, 2015) [3].

Desta forma, a História tem seu papel significativo ao indivíduo, construindo as bases da referência pessoal. Essa é uma “via” inicial, quando alguém sinceramente busca compreender e contemplar a si mesmo e ao mundo a sua volta. Assim, o conhecimento adquirido a partir da reflexão do estudo da História, de forma geral, a priori, nos leva a concepção de que somos agentes coparticipantes dela no presente, sendo eternos alunos do passado Histórico.

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[1]MENEZES, Pedro. CONHECE-TE A TI MESMO. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/conhece-te-a-ti-mesmo/. Acesso em: 24 fev. 2021.

[2]TOKASHIKI, Ewerton Barcelos. A Nossa Cosmovisão. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/cosmovisao/nossa_cosmovisao_tokashiki.htm. Acesso em: 24 fev. 2021.

[3]COSTA, Hermisten Maia Pereira da. A ENGANOSA PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS À LUZ DO SALMO 10: UMA REFLEXÃO DEVOCIONAL. FIDES

REFORMATA XX, Nº 1 (2015): 45-60. Disponível em: https://cpaj.mackenzie.br/wpcontent/uploads/2020/01/4-A-enganosa-prosperidade-dos-%C3%ADmpios-%C3%A0luz-do-salmo-10-uma-reflex%C3%A3o-devocional-Hermisten-Maia-Pereira-daCosta.pdf Acesso em: 24 fev. 2021.

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Por: Daniel L. Petersen, graduando no curso Licenciatura em História pela Universidade Uninta.

Revisão: 27/02/2021

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