Não são poucos os desafios quando o assunto é tratar da História enquanto ciência, principalmente quando se está no início de um Curso de Graduação. Todavia, para alguns (e me coloco neste grupo), há uma estranha e contínua necessidade (e responsabilidade) em responder à diversas questões sobre o tema. Separei uma pergunta em particular, para tratar a questão de forma breve (e não exaustiva) como segue: Mas afinal porque devemos estudar e conhecer sobre a história?...
Essa, sem dúvida
alguma, será “uma“ dentre as inúmeras
questões que surgirão durante a carreira do docente e, certamente, é também, um
questionamento justo e válido. A proposta deste pequeno texto, é de trabalhar a
questão, numa perspectiva de “calouro” do Curso de “Licenciatura em História” ,
e nos rumos e veredas do saber, com a proposta de construir uma ponderação
crescente, do Ponto de Vista pessoal e profissional sobre o tema, sendo esta,
apenas uma linha de "interpretação",
mas, subsequentemente, sempre com a tendência e o intuito de colaborar com
colegas do Curso.
“Conhece-te a ti mesmo” [1]
O famoso filósofo Sócrates
(469-399 a.C.) com essa frase, contribui para a defini-la como o “ponto de
partida” de diversas necessidades subliminares da natureza humana. Dentre
muitas reflexões que esta frase pode representar para o refletir filosófico, atribui-se a uma “busca comum” que, por
diversos momentos, torna-se uma necessidade atemporal do indivíduo, a saber,
uma necessidade de “conhecer a si mesmo”!
A relevância do tema, se
levarmos em conta que o conhecimento de “quem somos” em um contexto mais amplo
e entre diversas perspectivas, responde a necessidades dos seres humanos, como indivíduos,
nos mais diversos campos da vida.
Mas, para que esse
conhecimento seja usado de forma justa e sincera, é necessário a compreensão de
que essa busca é muito mais do que simplesmente a observação histórica da nossa
experiência pessoal! E para tanto, é
preciso ir além, e procurar respostas em muitos outros locais. É demasiadamente
correto afirmar que nem sempre essa tarefa é de modo geral fácil, pois a
instrumentação necessária é um conjunto de informações absorvidas e
contempladas nas mais diversas esferas do saber! E certamente, percorrerá o
percurso de uma vida toda! Mas, com o objetivo de afunilar o que foi proposto
no início do texto, podemos partir da ideia de que o conhecimento inicia -se
na perspectiva delimitada do âmbito familiar, e a posteriori, do mundo a nossa
volta, que com tudo, coopera, principalmente para a construção do que é
conhecido por “cosmovisão”. Segundo Ewerton B. Tokashiki:
Cosmovisão, é uma palavra que se refere ao
entendimento que temos de Deus, de nós e do mundo! Em outras palavras, é a
resposta à pergunta como interpretamos e explicamos tudo o que existe?! Talvez,
outras perguntas são necessárias para entendermos a necessidade de conceituar a
nossa cosmovisão. Como surgiu o universo? De onde viemos? Quem somos? Qual o
propósito da vida? Por que o mal existe? Há sentido no sofrimento? A história
terá um final feliz? [2]
No meio desta relação entre
nossa percepção de realidade, e a busca por respostas, temos as matrizes
formadoras de uma cosmovisão, que são compostas pelos pressupostos fundamentais
com as quais em primeira instância já nascemos com elas, e são uma necessidade
inerente aos seres humanos. Por conseguinte, os aspectos que são
influenciadores e estarão “quase sempre”, como falamos anteriormente, no âmbito
ao qual somos naturalmente expostos a eles, inicialmente numa esfera familiar,
bem como na inter-relação do grupo ao qual fazemos parte na sociedade formando
um pré-conjunto que colabora com o micro-conhecimento pessoal. Conforme cita
Hermisten Maia Pereira da Costa:
“todo conhecimento parte de um pré-conhecimento que
nos é fornecido por nossa condição ontologicamente finita e pelas
circunstâncias temporais, geográficas, intelectuais e sociais dentro das quais
construímos as nossas estruturas de conhecimento” (COSTA, 2015) [3].
Desta forma, a História tem
seu papel significativo ao indivíduo, construindo as bases da referência
pessoal. Essa é uma “via” inicial, quando alguém sinceramente busca compreender
e contemplar a si mesmo e ao mundo a sua volta. Assim, o conhecimento adquirido
a partir da reflexão do estudo da História, de forma geral, a priori, nos leva
a concepção de que somos agentes coparticipantes dela no presente, sendo
eternos alunos do passado Histórico.
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[1]MENEZES,
Pedro. CONHECE-TE A TI MESMO. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/conhece-te-a-ti-mesmo/.
Acesso em: 24 fev. 2021.
[2]TOKASHIKI,
Ewerton Barcelos. A Nossa Cosmovisão. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/cosmovisao/nossa_cosmovisao_tokashiki.htm.
Acesso em: 24 fev. 2021.
[3]COSTA, Hermisten
Maia Pereira da. A ENGANOSA PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS À LUZ DO SALMO 10: UMA
REFLEXÃO DEVOCIONAL. FIDES
REFORMATA XX, Nº 1 (2015):
45-60. Disponível em:
https://cpaj.mackenzie.br/wpcontent/uploads/2020/01/4-A-enganosa-prosperidade-dos-%C3%ADmpios-%C3%A0luz-do-salmo-10-uma-reflex%C3%A3o-devocional-Hermisten-Maia-Pereira-daCosta.pdf
Acesso em: 24 fev. 2021.
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Por: Daniel L. Petersen, graduando no curso Licenciatura em História pela Universidade Uninta.
Revisão: 27/02/2021
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